Confira checklists de ações preventivas, tecnologias, equipamentos e plano de contingência para deixar seu condomínio pronto para enfrentar a crise energética
Não demorou muito para um dos mais temidos desdobramentos da crise hídrica virar realidade: a crise energética. Preparar o condomínio para apagões é uma das principais missões do síndico neste momento.
Com a criação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) da nova Bandeira Escassez Hídrica, mais pesada que a Vermelha 2, a conta de luz ficou mais cara em 49,63%: a taxa extra será de R$ 14,20 para cada 100 KWh, em vigor de 1º/9 até abril de 2022.
Além de concentrar esforços para não deixar o condomínio no escuro, o síndico também tem o desafio de equilibrar as contas e estimular o uso consciente de energia no condomínio.
O SíndicoNet organizou checklists de ações preventivas, tecnologias e equipamentos, plano de contingência e cartazes de conscientização para apoiar síndicos e gestores nesta corrida contra o tempo para preparar seu condomínio para encarar a crise energética. Confira!
Há duas situações relacionadas à energia que vão vir pela frente e exigem ação por parte do síndico: apagões em decorrência da crise energética e as já aguardadas tempestades de verão, que também provocam queda de luz.
“A previsão é que haja apagões de mais de 6 horas e a tendência é piorar com o passar dos anos. O condomínio deve estar preparado, com as unidades seguras. Não pode só depender do governo, de política pública”, diz Carla Raucci, administradora e diretora comercial da KeepOn, especializada em nobreaks de alta performance.
Há uma série de medidas para deixar o condomínio pronto para enfrentar essa situação e, para o síndico profissional Fabiano Schlichting, o empreendimento deve começar potencializando os recursos já existentes no condomínio:
“Falta de luz não é recorrente e nem sempre os porteiros, supervisores de segurança e outros colaboradores sabem como operar numa situação como essa. Um treinamento consegue captar e corrigir a ineficiência operacional do pessoal”, pontua.
Se o condomínio não dispõe de equipamentos do tipo, deve considerar como prioridade e deliberar sobre o investimento em assembleia.
Confira o checklist do síndico prevenido quando se trata de falta de energia em condomínio e não deixe a peteca cair:
Há tecnologias e equipamentos que são grandes aliados dos condomínios neste momento de crise energética, seja para manter o funcionamento de serviços essenciais e garantir a segurança de moradores e do empreendimento, seja para economizar na conta de luz:
GRUPO GERADOR: em condomínios, tem a função de ser fonte auxiliar de energia elétrica por, no mínimo, 6 horas, quando há queda de luz e blecautes. O mais comum é ligar ao gerador equipamentos essenciais, como:
Mas tudo vai depender do que for mapeado e determinado pelo condomínio, inclusive as unidades autônomas. Geralmente é movido a diesel e o tanque pode ser reabastecido sempre que acabar o combustível, prolongando o seu tempo de funcionamento.
De valor elevado (a partir de R$ 80 mil), o investimento na aquisição de um gerador precisa de aprovação em assembleia. Deve atender à legislação local e a determinações do Corpo de Bombeiros.
NOBREAK: é um equipamento de proteção, à bateria, que, em caso de quedas ou variações de eletricidade, evita a queima dos aparelhos eletrônicos conectados a ele e funciona como fonte de energia, mantendo-os ligados por algumas horas, a depender da potência. Já bastante usado em condomínios para:
Agora há versões de nobreak de alta performance capazes de atender por mais horas (embora a autonomia seja limitada) equipamentos mais robustos também, como:
A KeepOn oferece um produto para portaria, que atender portões de veículos, de pedestre e acesso, CFTV, internet, interfone, sistemas de biometria e central de alarme com autonomia mínima de 15 horas, a depender do fluxo da portaria, que pode chegar a 30 horas em condomínios padrão (uma torre com 80 unidades). A locação mensal do nobreak é de R$ 420,00.
Principais características:
ENERGIA FOTOVOLTAICA: fonte renovável e alternativa, a partir da utilização de placas de energia solar fotovoltaica, começou a se disseminar em condomínios há alguns anos por trazer redução na conta de luz convencional. Não é um investimento barato, mas há linhas de crédito e bancos que oferecem financiamento para fontes renováveis com prazos de amortização mais longos.
E o retorno do investimento compensa: a depender do tamanho do sistema, pode proporcionar economia de 50% ao ano na conta de luz das áreas comuns. A benfeitoria também precisa passar pelo crivo da assembleia e deve atender normas técnicas.
Existem soluções de energia renovável específicas para condomínios que dispensam investimento, como:
Confira os 11 itens do checklist abaixo, elaborado por Cristian Malevic, diretor da unidade de negócios de Motores e Geradores da MWM Geradores:
Outras três informações importantes devem estar no radar do síndico quanto ao uso do gerador:
1. Armazenamento de diesel: o condomínio não pode armazenar combustível fora do tanque, pois pode trazer responsabilidade civil para o síndico por conta do volume e de risco trabalhista por periculosidade aos funcionários.
2. Uso consciente do gerador: o preço do diesel entregue varia entre R$ 5,00 e R$ 6,50 (depende da localidade), por isso o condomínio deve fazer uso do recurso com parcimônia, principalmente em tempos de crise energética.
“O gerador no condomínio deve ser usado para garantir fluxo de pessoas e operacional. Em tempos de crise, se levar para unidades internas, deixa de alimentar áreas primordiais e de direcionar o recurso para o que realmente precisa”, enfatiza o síndico profissional Fabiano Schlichting.
Um condomínio atendido por ele na Vila Romana, em São Paulo, ficou uma semana sem luz em janeiro de 2020 e gastou, na época, R$ 3 mil só em diesel para manter ativos portões, elevadores e pontos de energia nas unidades autônomas durante todo o período. Com o aumento do combustível hoje, esse valor teria um acréscimo de 20% a 30%.
3. Despesa emergencial: se o uso do gerador for prolongado, a despesa com o seu reabastecimento é classificada como emergencial e pode ser subsidiada pelo Fundo de Reserva, caso o condomínio não tenha saldo na Conta Ordinária. Oportunamente, deve haver aprovação de rateio para repor o fundo em assembleia, esclarece o síndico.
Há uma série de ações que podem ser implementadas pelo síndico para economizar luz e eliminar desperdícios no condomínio. Alguns necessitam investimentos, outros, apenas planejamento:
Ele se apoia muito em uma comunicação efetiva junto aos condôminos. “São ações que não depreciam o empreendimento e são oportunas pelo momento de crise. Sinalizo e justifico tudo o que está sendo feito em conversas e comunicados e as pessoas entendem e apoiam”, explica o síndico profissional.
Os moradores também devem se engajar para economizar luz inclusive nas suas casas – a Bandeira Escassez Hídrica impacta a todos.
O síndico profissional Fabiano Schlichting criou uma cartilha de consumo consciente para os moradores e faz divulgação semanalmente em “pílulas” de comunicação com insights do que pode fazer dentro de casa para reduzir consumo.
“Faço de forma divertida para chamar a atenção e engajar. São hábitos que deveriam ser contínuos, mas não é da cultura do brasileiro”, comenta.
O SíndicoNet elaborou um cartaz com várias dicas de economia de luz para baixar gratuitamente e afixar em murais ou enviar por e-mail. Veja as medidas que podem ser adotadas por todos e evitar que a conta de luz pese no bolso:
Fontes consultadas: Fabiano Schlichting (síndico profissional), Carla Raucci (KeepOn), Cristian Malevic (MWM Geradores), Sylvio Levy (síndico profissional).
via sindiconet.com.br